sexta-feira, 28 de agosto de 2015

FastFormat - software para edição de documentos acadêmicos

FastFormat


Usei bem rapidamente o FastFormat, um software para "produzir artigos de conferência e periódicos, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações e teses de quaisquer instituições, que tenham como referência a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)." Eu estou de acordo com meu colega professor da UFPR Carlos Maziero de que devemos evitar usar as normas da ABNT, mas o software é bem mais do que isso. Ele permite editar documentos em diferentes formatos e, mais importante, permite exportar para Latex (bom) e Word (ruim, mas às vezes necessário). O software foi desenvolvido na UFAL e por enquanto é gratuito mas a ideia é que no futuro algumas funcionalidades sejam cobradas. O site é http://fastformat.co/.

Tela do FastFormat

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Concurso para Professor no DAINF-UTFPR

Temos vagas no DAINF-UTFPR! Estão abertas as inscrições do Concurso para Professor (efetivo, isto é, com estabilidade após três anos) de Magistério Superior da Universidade Tecnológica Federal do Paraná em Curitiba. As inscrições vão de 22/08 a 13/09/2015. São duas vagas na área de Computação, nas seguintes sub-áreas (o candidato escolhe uma das três):
  •  Algoritmos e Complexidade
  •  Banco de Dados
  •  Segurança e Tolerância a Faltas
Leia o Edital e demais informações sobre este concurso em http://bit.ly/ConcursoDAINF2015 e leia aqui com informações gerais sobre o DAINF, a UTFPR e Curitiba.

E pode me perguntar (nos comentários ou pelo meu email adolfo (AT) utfpr.edu.br) qualquer dúvida sobre Curitiba, sobre o DAINF, sobre a UTFPR, sobre onde ficar para fazer o concurso, etc.

Entrada do Câmpus Centro da UTFPR.


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Educação Científica, por Miguel Nicolelis

Miguel Nicolelis (veja a página do Nicolelis Lab na Duke University) é um dos mais reconhecidos cientistas brasileiros em atividade. Ele é bastante ativo no Twitter e ontem postou 1, 2, 3, 4, 5, 6 tweets sobre educação científica. Abaixo o apanhado (com algumas reescritas minhas - veja os tweets originais abaixo) que fiz das mensagens dele. Vale a reflexão.


A educação científica de alta qualidade tem que entrar na pauta do Plano Nacional de Educação (PNE) do Brasil. Não é possível inovar sem projeto nacional de educação científica. Fórmulas antiquadas não vão dar conta do recado. Precisamos incentivar e liberar a natureza criativa das crianças brasileiras. O país tem que pensar grande e educar milhões de inventores e cientistas para as próximas décadas. Fórmula tradicional da ciência brasileira não resolve! O Brasil precisa formar cientistas, não "professores doutores"! Mais criatividade menos pompa. Mais impacto, menos papers que não dizem a que vieram.  O Ciência sem Fronteiras foi um ótimo começo, mas é preciso repensar a forma de fazer ciência no Brasil e abrir oportunidades para jovens cientistas. Menos corporativismo dos cardeais, mais espaço para a juventude e o talento! Podia começar pela eliminação do Ranking de Pesquisadores do CNPq!

Miguel Nicolelis. Fonte: Wikipedia.








segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Inversão de Sala de Aula

Estou lendo o livro Flip Your Classroom: Reach Every Student in Every Class Every Day, de Jonathan Bergmann e Aaron Sams, sobre Inversão de Sala de Aula.

Uma das dicas dos autores para criar os vídeos que substituem as palestras em sala de aula é fazer isso em duplas. Isto é, sempre dois professores falando sobre o assunto da aula. Segundo a experiência deles, os alunos gostam mais de aulas ministradas por duplas de professores.


Postei este comentário no nosso grupo sobre Aprendizagem Ativa no Facebook e meu amigo e colega de profissão Everaldo Gomes comentou:

Isso é verdade! Foi-se o tempo de trabalhar sozinho. Agora que você falou, notei que vários cursos que fiz à distância foram ministrados por duplas ou trios.

Neste livro, os autores comentam que usam o Camtasia para gravar suas aulas. Pesquisando na Internet, achei um substituto grátis (em versão limitada) para o Camtasia: Active Presenter. Não testei ainda. Você já usou algum deles?

Ainda sobre inversão de sala de aula, esta página tem vários guias para ajudar a quem quer começar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Tem espaço no seu celular Android? Dicas de aplicativos

Um amigo comprou um celular novo e pediu dicas de aplicativos. Várias pessoas sugeriram aplicativos. Abaixo vão eles com os nomes das pessoas que sugeriram:


Eu sugeri:

  • Sunrise Calendar
  • AlarmMon. Gamifica os alarmes.
  • Strava ou RunKeeper: permite registrar suas atividades físicas. O Strava gamifica mais do que o RK (ou tem mais usuários). Gosto muito dos Kudos do Strava.
  • News & Weather do Google.
  • Keep do Google.
  • BeyondPod. Excelente para podcasts como o melhor da atualidade: Endurance Planet. Ou para o Grok Podcast.
  • NextBus Curitiba
  • Pocket é ótimo! Você salva as páginas da Web para ler depois.
  • E claro, tem os famosos FacebookTwitterInstagram, Maps, Kindle... Mas estes você já deve conhecer.


Alexandre Felipe Muller de Souza:

  • Airdroid 
  • Sync.me
  • Tunein radio
  • Duolingo
  • Canivete suíço
  • Tasker
  • Go launcher
  • Smart measure
  • Smart distance



Jaime Cohen:

  • Keep - notas e listas de tarefas, com notificações que podem ser recorrentes. Da google. Tem o APP para o navegador também.



Fernando Kadlu:
  • TripAdvisor... O nome já diz tudo Hehehe
  • TwRecorder (excelente captador e editor de áudio)
  • Yelp... Localiza locais úteis... Restaurantes, hotéis, casa de suco, cabeleireiro, etc etc etc



Henrique Castro:
  • Waze


Camila Ladislau:


  • Dropbox, whatsapp, evernote e messenger que dispensam explicações 
  • Saved para acompanhar as despesas e receitas
  • Camscanner ou scannerpro para digitalizar documentos
  • Flipboard para ler notícias diversas
  • Foxitpdf pra ler arquivos em pdf
  • Ipeak - obras da codificação 
  • Fenix - post it
  • Vade mecum - leis e CF
  • Camme - tirar fotos sem precisar encostar no celular, ele reconhece o movimento das mãos
  • Stillshot- permite transformar trechos de videos gravados em fotos
  • Volp-vocabulário de lingua portuguesa
  • Wunderlist- para fazer listas, inclusive com outras pessoas editando simultaneamente 
  • Voos online- para consultar sobre os voos atuais segundo a infraero
  • Tradutor do Google-detecta até idiomas falados

Não chequei se todos têm mesmo versão para Android.

Vocês tem alguma sugestão adicional? 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Beegit

Gosto muito da linguagem Markdown. Parece ser bastante útil para desenvolvedores de software e cientista. Um novo site apareceu para permitir a edição de documentos escritos na linguagem Markdown (já existia o Dillinger):


Gostei porque permite edição colaborativa, projetos e controle de versões.

Vai acontecer no fim deste mês (28 a 30 de agosto) na UTFPR o Mega Gamer UTFPR.

Governo lança programa para apoiar desenvolvimento de software no Brasil
Será que vai dar certo, "apesar da crise"?



terça-feira, 4 de agosto de 2015

Palestra de Eric Mazur (Harvard University) sobre Aprendizagem em Pares - PARTE 1

Esta foi a segunda palestra do evento da PUC-PR sobre Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem. O palestrante foi o professor Eric Mazur, da Harvard University. Os slides da palestra cujo título em português foi "Confissões de um Professor Convertido" podem ser encontrados aqui. Vou destacar neste post alguns pontos que me chamaram a atenção.

Eric Mazur

Antes do início do palestra, o Pró-Reitor de Graduação da PUC-PR, professor Vidal Martins, relatou uma conversa que teve com Eric Mazur antes da palestra. Segundo Mazur, para que a implementação de metodologias ativas dê certo numa universidade ou escola são necessários três fatores:
  1. As pessoas tem que saber porque mudar
  2. Os professores devem estar confortáveis com a mudança. Isto é, não deve haver excessiva pressão para que os professores mudem.
  3. É necessário dar formação aos professores.

Eric Mazur começou falando que sua trajetória com metodologias ativas começou 25 anos atrás. Ele era um professor querido pelos alunos (tinha boas avaliações) de uma turma que outros professores não queriam lecionar. A turma era de Física para estudantes de Pré-Medicina (nos EUA quem quer ser médico faz dois cursos. A Medicina é uma pós-graduação de 4 anos feita após 4 anos de graduação em algum outro curso). Ele ensinava como sempre foi ensinado: ministrando palestras para uma sala com vários alunos. Nenhum outro professor queria lecionar esta turma pois alunos que pretendem ser médicos não costumam gostar de Física e dos professores de Física. O resultado: professores muito mal avaliados.

Mas os alunos gostavam de Eric e ele achava que eles estavam aprendendo (pelos resultados que obtinham nas provas). Até que um dia Eric leu uma notícia sobre como os conhecimentos de Física obtidos em sala de aula de universidades não eram aplicados corretamente quando eram descritos num teste ilustrando situações da vida real (por exemplo, numa batida entre um caminhão e um carro pequeno, qual dos dois aplica força maior?). Ele aplicou o mesmo teste para seus alunos, esperando que eles fossem bem, e eles foram tão mal quanto os estudantes de outras universidades.  Aí ele percebeu que não bastava ser bem avaliado se os alunos não aprendiam.

E, apesar de ele receber comentários elogiosos como professor, os alunos comentavam nos questionários de avaliação que Física era chata. Até o dentista dele comentou que detestava Física!

Eric tentou fazer de sua palestra (num Auditório convencional) a mais interativa possível. Ele pediu a todos para pensarem em algo em que seja bons. Depois de algum tempo, pediu para todos pensaram em como ficaram bons nesta coisa. Apenas uma pessoa em todo o auditório disse que tinha ficado bom em algo assistindo palestras. Todos somos bons em aprender mas palestras não são uma forma de aprender. São uma forma de transmitir informação. E hoje em dia existem várias formas de transmitir informação (livros, vídeos, etc). Por que usar o horário em sala de aula para transmitir informação?

"Some people talk in their sleep. Lecturers talk while other people sleep." 
Albert Camus
A solução que ele encontrou foi desenvolver um método chamado Peer Instruction (Aprendizagem em Pares ou com Colegas). Ele escreveu um livro sobre o tema que acaba de ser traduzido para o Português...

FIM DA PARTE 1 - CONTINUAREI NUM PRÓXIMO POST

Fotos profissionais aqui.






Reitor da PUC-PR




Professor Vidal Martins

A photo posted by Adolfo Neto (@adolfont) on

C++, Ruby e Clojure no GrokPodcast

Já programei em C++, mas parei faz tempo. Se você nunca programou, vale a experiência. Neste post (Como mergulhar no aprendizado da linguagem de programação C++), o autor diz que "Bjarne Stroustrup, que desenhou e implementou o C++, falou sobre seus livros na rede social Quora." As principais observações dele estão traduzidas no post.


Também já fiz coisas pequenas em Ruby (até menores do que eu fiz em C++). Segundo este post (Use qualquer biblioteca C no Ruby usando Fiddle, em inglês), você pode usar bibliotecas de C em Ruby.

A terceira parte da série de podcasts sobre Clojure no GrokPodcast foi publicada. Escute aqui. Parabéns ao pessoal do Grok. Neste episódio, eles comentam que os dois entrevistados escreveram livros sobre Clojure. São eles:

A propósito, instalei o Cursive Clojure (plugin para o IntelliJ IDEA) aqui no meu micro e estou experimentando. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Palestra sobre Metodologias Ativas com Bennett Goldberg (Boston University)

Acabo de voltar de uma palestra com o professor Bennett Goldberg sobre metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Fiquei sabendo deste evento graças ao meu amigo e professor da PUC-PR Everaldo Gomes.

O título da palestra foi Inversão de Sala de Aula (Flipped Classroom). Ouvi falar pela primeira vez de Inversão em Sala de Aula ainda quando estava na NC State University. A palestrante de um dos cursos que fiz me falou que alguns professores de lá estavam utilizando e gostando deste método. O livro talvez mais famoso sobre o tema é Flip Your Classroom de Jonathan Bergmann.

A palestra do professor Goldberg foi além da Inversão de Sala de Aula. O título em inglês foi "A Participatory Society Through Active Learning". Abaixo alguns dos pontos discutidos e comentários.

Em primeiro lugar ele listou (e comentou) os argumentos para Aprendizagem Ativa:
  • Trabalho em equipe (teamwork)
  • Pensamento crítico (critical thinking)
  • Mentes inquisidoras (inquiring minds)
  • Conflito produtivo (productive conflict)
  • Ação social (social action)
Ele mencionou o trabalho do amigo dele Derek Bruff  (Vanderbilt University Center for Teaching) ao falar sobre a necessidade de reconsiderar o uso do tempo em sala de aula. A ideia é que devemos deixar este costume de usar o tempo em sala de aula principalmente para "palestras" do professor e usá-lo mais para atividades dos alunos. Para isso, os alunos terão que fazer algumas atividades antes da aula. Que atividades? Leitura de textos, resolução de questionários, assistir vídeos, entre outras.

Segundo Goldberg, o ponto principal nem é apenas tecnologia. Mesas circulares e cadeiras com rodas (para movimentação) foram, segundo ele, as melhores tecnologias para ele implementar Aprendizagem Ativa.

Um detalhe bem curioso: depois que ele passou a adotar Aprendizagem Ativa (como professor da Universidade de Boston) a avaliação dele como professor piorou. Isto é, os alunos agora o consideram um professor pior do que antes, quando apenas ministrava aulas. Mas ele tem dados que mostram que hoje em dia os alunos aprendem bem mais do que antes.

Uma palestra chata em vídeo é ainda pior do que uma palestra chata presencialmente. Não se deve achar que Inversão de Sala de Aula é apenas gravar as aulas em vídeo. E ele comentou que os vídeos não podem ser muito longos. Devem ter duração aproximada de 6 minutos. Quanto mais longo o vídeo, menos os alunos assistem.

O professor deve fazer os alunos expressarem o conhecem do tema que irão estudar antes de fato estudarem (state prior knowledge).

Algumas estratégias foram discutidas para assegurar que os alunos façam as atividades antes da aula. Exemplos: questionário online para ser feito antes da aula, one minute paper no começo da aula. Todas estas atividades devem valer nota. Segundo ele, os estudantes são criaturas de hábitos e a maioria destes (maus) hábitos precisam ser quebrados. 

Goldberg e o professor Eric Mazur (que vai falar amanhã e acaba de ter seu livro traduzido para o Português) criaram MOOC grátis que fala sobre Aprendizagem Ativa: An Introduction to Evidence-Based Undergraduate STEM Teaching.

A palestra terminou com exemplos de Aprendizagem Ativa. O primeiro exemplo foi o Studio do professor Goldberg na Boston University, que ele usa para lecionar Introdução a Física.  Interessante ver como uma turma com 81 alunos consegue conviver numa mesma sala. Claro que a sala é especial; ela foi projetada pelo próprio professor. Ela tem 27 espaços para escrita (quadros digitais) e mesas para 3 alunos. Ele precisou de 9 anos para convencer sua uiversidade a construir a sala. Depois disso, convidou cada um dos colegas professores de seu departamento e vários administradores da universidade para participarem de uma aula. Ele disse que até hoje é difícil convencer os colegas da efetividade da Aprendizagem Ativa, por mais que as pesquisas indiquem que é eficaz.

Outro exemplo de Aprendizagem Ativa foi um curso de Wayne Lamorte na Escola de Saúde Pública da Boston University. O terceiro foi um curso de Design em Engenharia da Gerry Fine. Segundo ele, é um curso baseado em projetos. O último exemplo foram as aulas de Física de Eric Mazur (saberemos mais amanhã).

Aberto o espaço para questões, uma questão que me chamou a atenção foi a do professor Alessandro, da Universidade Positivo. Ele disse que tem tentado usar Inversão de Sala de Aula mas os alunos resistem. Segundo Goldberg, isto é comum e por esta razão todos os anos ele mesmo pede para os alunos responderem:
  • Qual é sua expectativa em relação ao curso (que eles já sabem será com Aprendizagem Ativa)?
  • Qual sua experiência anterior com Aprendizagem Ativa?
  • Com o que você está mais preocupado?
A partir das respostas dos alunos, na primeira aula ele aborda cada uma das preocupações dos alunos.

Goldberg disse que no começo sempre é difícil. Ou seja, quando se adota Aprendizagem Ativa, muitas dificuldades surgirão e a mudança exige energia extra. Ele sugere começar aos poucos mudando (isto é, tornando suas aulas mais ativas) apenas aquilo que seja mais empolgante para você.

Fotos profissionais aqui. Abaixo algumas fotos minhas da palestra: