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Bolsas de Produtividade em Pesquisa do CNPq são fornecidas "aos pesquisadores que se destaquem entre seus pares, valorizando sua produção científica segundo critérios normativos, estabelecidos pelo CNPq, e específicos, pelos Comitês de Assessoramento (CAs) do CNPq."
Será que elas deveriam existir? Alguns são a favor, outros contra. Meu objetivo neste post é listar os argumentos a favor e contra e deixar o leitor decidir por si. Se você tem algum argumento adicional, comente abaixo!
Por ordem alfabética, começo com os argumentos contra:
- Cria uma competição não saudável entre os pesquisadores brasileiros.
- Privilegia os pesquisadores de grandes centros mantendo uma distribuição desigual.
- Estimula os pesquisadores a produzir mais quantidade em vez de focar em qualidade.
Argumentos a favor:
- Desburocratiza a liberação de recursos aos pesquisadores com histórico de boas publicações.
- Estimula os pesquisadores a produzir mais.
- Cria um incentivo adicional à pesquisa nas universidades.
Este post será atualizado à medida que eu ficar sabendo de novos argumentos pró e contra.
Os argumentos acima são meus.
Abaixo vou listar os argumentos que receber de outras pessoas.
Argumentos contra recebidos de outras pessoas (ver nos comentários críticas a estes argumentos):
- Retira recursos de financiamento da pesquisa para colocá-los como salário extra para os pesquisadores. (Contribuição: Armando Neves)
- Remunera duplamente a atividade de pesquisa de alguns poucos que conseguem a bolsa, sem remunerar os vários que, mesmo em quase igualdade de produção, não conseguem alcançar a bolsa. (Contribuição: Armando Neves)
- Desvirtua o tripé ensino, pesquisa e extensão, supervalorizando uma das três atividades. Como existem também formas de remuneração para a extensão, o efeito prático é que o ensino, a mais fundamental das atividades das universidades, acaba desprestigiado. (Contribuição: Armando Neves).
- Bolsas de Produtividade em Pesquisa não aferem a competência, o mérito, mas como seu nome diz, aferem tão somente a produtividade dos pesquisadores, produtividade esta avaliada tão somente em termos de publicações. (Contribuição: Otavio Carpinteiro)
- Bolsas de produtividade são concedidas aos pesquisadores com maior produtividade, o que, em um país desigual, como o Brasil, significa serem concedidas aos pesquisadores com os maiores e melhores recursos. (Contribuição: Otavio Carpinteiro)
- Bolsas produtividade são concedidas aos pesquisadores dos grandes centros de pesquisa, situados nas capitais e grandes municípios do país, que fazem uso dos grandes recursos humanos lá existentes e dos grandes recursos materiais criados há decadas por gerações passadas. (Contribuição: Otavio Carpinteiro)
- Só bolsistas de produtividade de nível 1 podem eleger e ser eleitos para compor os Comitês Assessores do CNPq, que são os comitês que decidem para onde vai o dinheiro da pesquisa. O CNPq é regido, portanto, por um regime oligárquico, não democrático, onde os oligarcas, os pesquisadores 1, não são os mais competentes, os mais meritórios, mas tão somente, os mais produtivos por possuírem os maiores e melhores recursos. (Contribuição: Otavio Carpinteiro)
- Pesquisadores fora das capitais e dos grandes municípios, que criam as condições de pesquisa em seus centros sem recursos e que, de fato, são os que desenvolvem o país, são forte e desonestamente prejudicados pelas políticas oligarquicas do CNPq (e também da CAPES e de outras agências de fomento estaduais), que se baseiam nas bolsas de produtividade. (Contribuição: Otavio Carpinteiro)
Argumentos a favor recebidos de outras pessoas: